Texto adaptado a partir do site da Fundação Souza Brasil (fsb.org.br).
Biografia Maria Auxiliadora de Souza Brasil. Nascida na cidade mineira de Barbacena em 1928. Bacharel e licenciada em Pedagogia (1955); Doutora em Pedagogia, com tese em Psicologia Educacional (1962); Docente Livre em Psicologia Educacional (1963) e Professora Titular de Psicologia da Personalidade na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG (1974). Formação em Análise do Comportamento com o professor André Rey, no ISER (1956); formação em Psicanálise (1969), pelo Círculo Vienense de Psicologia Profunda. Trajetória acadêmica sólida, método rigoroso, vocação para servir — marcas que a biografia Maria Auxiliadora de Souza Brasil evidencia com clareza.
Fundadora, em 1963, do Curso de Psicologia da UFMG, ao lado de Galeno Procópio de Alvarenga e Pedro Parafita de Bessa. Pesquisadora atuante na UFMG, na então FEAP (atual FHEMIG) e na Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. Dessas frentes nascem três teses de referência: Da necessidade e da possibilidade da aplicação da psicologia à educação (1962); Da problemática da adolescência (1963); Da personalização e da sintalização progressivas (1973). Produção que articula campo clínico, escola e política pública; ciência, educação e ética.
Psicóloga clínica desde 1962. Da prática e da pesquisa, a elaboração original de uma técnica e de sua teoria: a Psicoterapia Analítico-fenomenológico-existencial (TAFE) e a Teoria de mesmo nome. Analítica — descrição rigorosa e discriminação de variáveis; fenomenológica — partida fiel no fenômeno vivido; existencial — orientação pelo sentido, liberdade e responsabilidade. Uma trilogia que integra conhecimento religioso, filosófico e científico, convertida em linguagem transmissível e aplicação clínica e educativa. A biografia Maria Auxiliadora de Souza Brasil também é a história de um método.
A obra ganhou forma em coleções complementares — Surge uma Aurora e Uma Luz no Caminho — publicadas em edições bilíngues (português-inglês) pela Fundação Souza Brasil. Em 2012, o conjunto foi encaminhado a todos os países-membros da ONU. Livros como Vida e Simbolização, Vida e Alienação, Vida e Mística, Vida e Testamento, Vida e Utopia e A Verdade compõem um percurso de amadurecimento: do indivíduo à pessoa, do impulso à consciência, da dispersão ao sentido. Núcleos temáticos que unem pesquisa, clínica e educação em uma mesma travessia formativa.
Seu ideário é cristalino: a felicidade como meta do ser humano; o bom, o belo, o verdadeiro e o santo como bússolas do amadurecimento; a educação como passagem do viver impulsivo ao viver consciente e responsável. A verdade — correspondência entre pensamento e realidade — exige análise do encontro e aprendizagem do sentido: o autoconhecimento como tarefa cotidiana. A técnica oferece meios objetivos e rápidos para essa aprendizagem, articulando presença, escuta e método.
No vocabulário que deixou, um termo se tornou assinatura: adultez — maturidade do ser humano, ápice da construção do caráter, preparada na infância (quando o indivíduo se submete a um controle externo) e na adolescência (quando busca uma forma própria de ser). A biografia Maria Auxiliadora de Souza Brasil mostra como essa gramática do desenvolvimento orienta mães, pais, educadores e clínicos: pessoa e grupo, liberdade e responsabilidade, saúde e convivência. Sua teoria descreve fases, modulações e exigências de cuidado, propondo uma pedagogia clínica do viver em relação.
Manteve o exercício psicoterapêutico até a aposentadoria, em dezembro de 2012. Desde maio de 2007, Presidente de Honra e membro vitalício do Conselho Curador da Fundação Souza Brasil. Faleceu na noite de 6 de novembro de 2022. Deixa uma obra de alcance inestimável para a educação do ser e do grupo humanos, sempre orientada a contribuir para a felicidade de cada indivíduo, em particular, e da humanidade, em conjunto.
Atuou por mais de cinco décadas junto a indivíduos, casais e famílias. Acompanhou processos de passagem: da dor à lucidez, da reatividade à presença, da fixação à liberdade responsável. Testemunho raro de um adulto velho: harmonia e beleza de quem converte sabedoria em atitude. Viveu, com coragem, o Bom, o Belo, o Verdadeiro e o Santo que regem a Criação. Entregou-se à existência com a pureza da criança, sem ingenuidade; com o vigor do adolescente, sem agressividade; com a sensatez do maduro, sem orgulho.
Seu legado não é apenas a letra bilíngue que a Fundação Souza Brasil preserva. É, sobretudo, o exemplo de amor e a dedicação ao progresso humano. Não teve filhos biológicos; deixa inúmeros filhos do espírito — pessoas a quem se doou como educadora, para que aprendessem o conhecimento de si e as regras do jogo da vida. Caminho inequívoco para a paz e a felicidade. Assim se cumpre, na biografia Maria Auxiliadora de Souza Brasil, a missão de quem fez da técnica um caminho e da vida, uma escola de sentido.