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Donald W. Winnicott e a educação parental: conceitos práticos para mães, pais e educadores

“Mãe segurando bebê em rotina calma: exemplo de ambiente de sustentação (holding)”

Frederico Leal

Quem foi Winnicott — e por que ele ainda importa

Donald Woods Winnicott (1896–1971) foi pediatra e psicanalista britânico cuja obra conectou clínica e cotidiano das famílias. Suas noções de mãe/pai suficientemente bons, ambiente de sustentação (holding), objeto transicional, espaço potencial, brincar e verdadeiro/falso self oferecem um vocabulário claro para orientar cuidados desde o início da vida e continuam atuais para escolas e famílias.
Referências da seção: [1, 2, 3]

Ideias-chave de Winnicott para a educação parental

1) “Suficientemente bom” e a pré-ocupação parental primária

O desenvolvimento infantil se apoia numa adaptação suficientemente boa do adulto às necessidades do bebê. No começo, há uma pré-ocupação parental primária (sensibilidade aumentada do cuidador), que vai diminuindo gradualmente, permitindo pequenas frustrações que fortalecem a autonomia.
No cotidiano: responda prontamente nos primeiros meses; depois, introduza micro-esperas proporcionais à idade, com contato visual/voz para sinalizar presença.
Referências da subseção: [2, 4, 6]

2) Holding (ambiente de sustentação)

“Segurar” é oferecer previsibilidade, ritmo, proteção e continuidade emocional. Esse campo confiável organiza a experiência do bebê e favorece a integração do self. Achados contemporâneos em parentalidade e apego dialogam com essa noção.
No cotidiano: rituais simples (sono, banho, alimentação), horários previsíveis e reparos quando algo sai do esperado.
Referências da subseção: [2, 3, 9, 14]

3) Objeto transicional e espaço potencial

O objeto transicional (naninha, pelúcia) ajuda nas separações e inaugura o espaço potencial — zona entre fantasia e realidade onde nascem criatividade, simbolização e cultura. Leituras atuais relacionam esse espaço à articulação entre agência e pertencimento da experiência.
No cotidiano: respeite o “paninho/ursinho” nas transições (sono, escola) e crie tempo/lugar para brincar simbólico.
Referências da subseção: [2, 5, 6, 12]

4) Brincar como via de saúde emocional

“É no brincar — e somente no brincar — que criança e adulto podem ser criativos e descobrir o self.” Revisões recentes refinam o conceito, distinguindo jogo (forma) de brincar (experiência criativa de ser).
No cotidiano: garanta tempo de brincar livre diariamente, com adulto presente como base segura, não diretor da cena.
Referências da subseção: [2, 8]

5) Verdadeiro self × falso self

Ambientes que acolhem gestos espontâneos sustentam o verdadeiro self (sentir-se real, autor da experiência). Adaptações excessivas e antecipação constante do adulto podem organizar um falso self (complacência, performance).
No cotidiano: combine limites claros com espaço para escolhas reais e pratique reparos após conflitos.
Referências da subseção: [2, 7]

Aplicações práticas para casa e escola

  • Ritmos previsíveis como parte do holding (rotina de sono, alimentação, saídas).
  • Micro-frustrações graduais com presença reguladora (esperas de 10–30s conforme a idade).
  • Transições cuidadas com objetos de conforto e avisos antecipados.
  • Tempo de brincar livre diário; adulto como base segura.
  • Limites com vínculo (“Sim ao seu sentimento; não a bater”) e reparos depois.
  • Cuidar de quem cuida: sono, pausas e rede de apoio ampliam a capacidade de ser “suficientemente bom/boa”.
    Resultados práticos dessas estratégias aparecem em estudos de vínculo, intervenções baseadas em ambiente de sustentação e revisões sobre práticas parentais.
    Referências da seção: [3, 8, 10, 13, 14]

Quando buscar apoio especializado

Procure avaliação se houver dificuldades persistentes de sono/alimentação, choro inconsolável sem causa médica, evitação extrema de contato, regressões que preocupam, violência nas interações ou sofrimento parental relevante (ansiedade/depressão perinatal). A literatura recente enfatiza cuidar do cuidador sem perder de vista a criança.
Referências da seção: [13]

Conclusão

Em vez de perfeição, Winnicott propõe presença, previsibilidade, brincar e reparo. Esses pilares são viáveis em qualquer casa e escola e sustentam um crescimento inteiro — emocional, relacional e criativo.
Referências da seção: [2, 3]

FAQ (Perguntas frequentes)

1) O que é ser “suficientemente bom/boa”?
É adaptar-se de forma consistente e afetuosa, permitindo pequenas frustrações graduais que constroem autonomia. [2, 4, 6]

2) O que é “holding” na prática?
Criar ambiente previsível e continente (rotina, tom, reparos), onde a criança se sente segura para sentir e brincar. [2, 3, 9]

3) Devo permitir o “paninho/ursinho” na escola?
Sim. É um objeto transicional que auxilia nas separações e regula emoções. A retirada deve ser lenta e combinada. [5]

4) Quanto tempo de brincar livre por dia?
Todos os dias, em janelas sem roteiro. O adulto fica por perto como base segura, não diretor. [2, 8]

5) Como evitar o “falso self”?
Ofereça limites claros + espaço para iniciativa e reconheça gestos espontâneos antes de ensinar. [2, 7]

Referências

  1. INSTITUTE OF PSYCHOANALYSIS (UK). Donald Woods Winnicott. Disponível em: página institucional. Acesso em: 5 set. 2025.
  2. WINNICOTT, D. W. The Maturational Processes and the Facilitating Environment. London: Routledge/Karnac. DOI: 10.4324/9780429482410.
  3. WINNICOTT, D. W. The Theory of the Parent-Infant Relationship (1960). In: The Maturational Processes and the Facilitating Environment. DOI: 10.4324/9780429482410-3.
  4. WINNICOTT, D. W. Primary Maternal Preoccupation (1956). In: Through Paediatrics to Psycho-Analysis. DOI: 10.4324/9780429484001-27.
  5. WINNICOTT, D. W. Transitional Objects and Transitional Phenomena (1953). In: Through Paediatrics to Psycho-Analysis. DOI: 10.4324/9780429475931-14.
  6. WINNICOTT, D. W. The Capacity to Be Alone (1958). In: The Maturational Processes and the Facilitating Environment. DOI: 10.4324/9780429482410-2.
  7. WINNICOTT, D. W. Ego Distortion in Terms of True and False Self (1960). In: The Maturational Processes and the Facilitating Environment. DOI: 10.4324/9780429482410-12.
  8. LENORMAND, M. Winnicott’s theory of playing: a reconsideration. The International Journal of Psychoanalysis, 99(6), 2018. DOI: 10.1080/00207578.2017.1399068.
  9. BAHN, G. H.; HONG, M. Understanding of Holding Environment Through the Trajectory of Donald W. Winnicott. Journal of the Korean Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 33(4), 2022. DOI: 10.5765/jkacap.220022.
  10. CHOI, S.-H. Holding environment: The effects of group art therapy on mothers’ child-rearing behavior. The Arts in Psychotherapy, 39(6), 2012. DOI: 10.1016/j.aip.2012.09.002.
  11. RYAN, R.; O’FARRELLY, C.; RAMCHANDANI, P. Parenting and child mental health. London Journal of Primary Care, 9(6), 2017. DOI: 10.1080/17571472.2017.1361630.
  12. ARZY, S. Agency, Ownership and the Potential Space. Brain Sciences, 11(4), 2021. DOI: 10.3390/brainsci11040460.
  13. FJELDHEIM, H.; et al. Parenting the parent without losing sight of the child. Infant Mental Health Journal, 45(1), 2024. DOI: 10.1002/imhj.22100.
  14. (Base de diálogo em apego/parentalidade) Revisões contemporâneas em parentalidade sensível e apego, conforme 9–13.
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